sexta-feira, dezembro 09, 2005

O Papai Noel, o Mico-Leão e o boneco de neve (ou A Invasão dos Micos)


Ahhh... o Natal! O Natal deixa a cidade mais bonita. A decoração especial espalha luzinhas por todos os lados. Eu pensava assim, até este ano... porque este ano o Natal em Manaus está muito louco.

Dirigia meu carrinho num daqueles engarrafamentos irritantes, entre 6 e 7 da noite, quando meus olhos cansados sobressaltaram-se ao esbarrar em grotescos arranjos luminosos afixados nos postes de iluminação pública. Um Papai Noel que de tão feio assusta até adulto (Há quem jure que ele não é o Papai Noel!), dividindo espaço com um Mico-Leão-de-Manaus que me encarava fixamente com um olhar provocador, parecendo tripudiar de mim... (Estou convencida de que ele é sabedor da decepção que experimentei este ano pelas circunstâncias políticas odiosas que atravessamos e tripudia da minha frustração.)

Hoje, ao descer a rua deparei-me com uma visão estapafúrdia. Centenas de micos ocupavam todos os postes dos dois lados da avenida onde moro. Na TV, alguém da administração municipal falou em defesa de uma decoração regionalizada, comprometida com nossa identidade amazonense. Não me convenceu. Se a idéia original era boa, foi muito, muito mal desenvolvida. Milhares de micos invadindo a cidade bem no Natal, e sem nenhum tratamento estético. A despeito de amarmos os micos, e termos orgulho de nossas raízes... francamente, senhores, MICOS NO NATAL?! Onde foram os sinos, os anjos, as estrelas e presépios? Além disso, a decoração é pobre, restrita a áreas isoladas da cidade(como sempre), e causa irritação pela feiúra. É muito feia.

Os prédios particulares fazem a sua parte. E outra vez falta bom senso. Em vários pontos da cidade, saúdam-nos enormes bonecos de neve infláveis segurando placas que dizem: “Happy Hollidays”. Francamente, “HAPPY HOLLIDAYS”?! Onde está o brasileiro “Feliz Natal”?! Numa escola, em outro endereço nobre, uma linda família de bonecos de neve expôe-se arrogantemente às fortes chuvas do início do inverno e ao sol castigante dos trópicos que sempre aparece. Um Shopping da cidade optou por árvores de Natal branquinhas... cobertas de neve,... Neve?! Nos trópicos?! No meio da Floresta Amazônica?! Quantas de nossas crianças já experimentaram a neve? 0,01%?!

É... Parece que estamos realmente confusos. Será que a febre das sucessivas epidemias de dengue mexeram com nossos neurônios, gerando toda essa crise de identidade? Quem somos? Onde estamos? O que é o Natal?

terça-feira, novembro 29, 2005

Flagelo

A falta de educação deforma a alma e embrutece o ser.
Atrofia as capacidades mentais e intelectuais.
Torna embaçada a percepção do mundo.
A saúde, comunicação, o gosto pelas artes... tudo fica prejudicado.
E não me venha com essa conversa “boba” de respeito à cultura das massas.
As massas precisam de assenção financeira, cultural e política capazes de oportunizar os saberes necessários ao alcance da autonomia que deve ser própria de todo ser humano.

sábado, outubro 29, 2005

Manaus, 336 anos.

Essa semana Manaus completou 336 anos. Muitos foram os festejos para marcar a data. A cidade cresce aceleradamente. Cresce, mas continua provinciana em muitos aspectos. Um deles: a falta de mão de obra especializada... pra tudo, quase tudo.

O comércio de serviços, mais especificamente sofre as consequências dessa trágica realidade. Costureiras que não sabem costurar. Cabelereiros que não sabem cortar cabelos. Manicures que não sabem fazer unhas, e nem mesmo têm noçoes de higiene. Cantinas italianas que não sabem fazer massa. E assim por diante... Poderíamos listar centenas de dezenas de atividades muito mal desempenhadas. É ineficiente, é irritante e acaba saindo caro.

Buscando compreender as razões do quadro que se apresenta, encontramos uma Educação Básica pública de baixíssima qualidade somada à falta de formação continuada. As escolas em sua grande maioria funcionam em prédio alugados, sem infra-estrutura, e com horários reduzidos devido ao turno intermediário. Por sua vez, o mercado dos cursos de formação técnica e continuada, à exceção do SENAC, é dominado por instituições irregulares, operando em condições precárias, verdadeiras fraudes. Podemos ainda acrescentar a distância em relação a outros centros de formação, o que reduz, e por vezes aniquila, as possibilidades de intercâmbio de experiências. Apesar de tudo, o manaura batalha pra sobreviver, e trabalha duro, como sabe, do jeito que pode.

Feliz aniversário, Manaus. Dias melhores ao teu povo!

sábado, outubro 22, 2005

Esquizofrenia Moderna


Sexta à noite, mudando de canal, encontrei, na TV Cultura, uma entrevista com o psicoterapeuta Flávio Gikovate no programa Conexão Roberto D’Avila. Entre outras coisas, gostei do que ele disse a respeito da obesidade relacionada aos nossos padrões de beleza.

A sociedade é, mesmo, meio esquizofrênica. Criamos todos os mecanismos para reduzir o nosso esforço físico a zero. Se não bastasse a TV, não precisamos mais nos mexer do lugar nem para trocar o canal, usamos o controle remoto. Não bastasse o carro, que nos poupa o esforço de caminhar, não precisamos mais nos movimentar para baixar o vidro, basta um toque num botão, e uma série de outras coisas... Aí, dizemos que quem está acima do peso não vale nada! E nesse contexto só uma minoria vai conseguir manter-se esquálida, segundo os padrões impostos. A maioria fica entregue ao sofrimento.

E quando perguntado: “ – A Depressão é uma doença?” Ele respondeu: “A depressão é uma encrenca. (...) É impossível não sentir-se deprimido num mundo onde todo mundo tem que ser bonito, rico e feliz.”

Sexta que vem a entrevista continua, sobre outros temas... Vale à pena. Não é pra concordar com tudo, mas pra pensar um pouco.

Tem coisa boa na Cultura. Sábado à noite tem Senta Que Lá Vem Comédia.

Chato é o horário de verão.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Referendo (Parte II)


O primeiro referendo da história do país representa um avanço na democracia brasileira, na medida em que a população se pronunciará diretamente sobre o tema em questão. Esse momento de expressão e afirmação da vontade popular é importante no processo de ampliação da democracia direta, com mais participação do povo, que hoje se encontra no papel de coadjuvante num cenário político dominado por seus representantes, os quais por sua vez, distanciados do povo, esmeram-se na defesa de interesses próprios, alheios à vontade popular.

O referendo tem sua importância, sim, mas não para a causa da redução da violência no país. No Brasil, a violência urbana é um fenômeno com raízes históricas na dramática desigualdade social alimentada pela péssima distribuição de renda, somada à corrupção, e à precariedade na Educação, juntos, esses elementos têem se mostrado mais do que suficientes para formar o caldo de cultura ideal para a proliferação do crime e da barbárie.

Assistindo às campanhas desenvolvidas pelas frentes parlamentares do SIM e do NÃO, observamos facilmente a repetição dos mesmos erros cometidos nas campanhas eleitorais. Muito marketing, muito efeito, muita intriga e pouco argumento, pouca informação. Os artifícios empregados pelo “pessoal do não” e pelo “pessoal do sim” desviam a atenção de um debate sério e esclarecedor a cerca dos prós e contras da proibição ou não do comércio de armas e munição e seus reflexos no cotidiano da população.

Naturalmente que o bom senso nos leva à opção pelo sim, pela proibição ao comércio de armas e munição no Brasil, mais benéfica, pela possibilidade de poupar algumas vidas.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Estatuto do Desarmamento. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/seguranca/desarmamento.htm> Acesso: 12 de outubro de 2005.

ATHAYDE, Phydia de. Bem longe do alvo. Carta Capital. Ano XII, n°364, p.26-30, 2005.

LOBO, Flávio. Mais povo na política. Carta Capital. Carta Capital. Ano XII, n°364, p.31-32, 2005.

Referendo (Parte I)

O referendo é uma ferramenta constitucional de exercício da soberania popular (CF, artigo 14, II), por meio da qual os cidadãos são consultados sobre uma lei já aprovada, decidindo se ratificam ou rejeitam a nova norma. Ele é convocado por meio de decreto, com a aprovação de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara ou do Senado.

A Lei n° 10.826 de 22 de dezembro de 2003, conhecida como o Estatuto do Desarmamento, dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.

A lei foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 22 de dezembro de 2003, e publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de dezembro de 2003, quando passou a viger em todo o território nacional.

O decreto que a regulamentou, n°5.123 de 01/07/2004, foi publicado no Diário Oficial da União no dia 02 de julho de 2004, começando a vigorar naquela data.

No dia 23 de outubro, os brasileiros terão de ir às urnas para se manifestar sobre um dos trinta e sete artigos da Lei, o artigo 35, que dispõe:

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Mais de 122 milhões de eleitores deverão responder "sim" ou "não" à pergunta: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?".

O referendo foi aprovado pela Câmara no dia 6 de julho deste ano, depois de tramitar no Congresso por mais de um ano.

Foram formadas duas frentes parlamentares para a campanha que antecede o referendo. A Frente Parlamentar Brasil Sem Armas, a favor da proibição do comércio de armas - presididia pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) -, e a Frente Parlamentar Pró-Legítima Defesa, contrária à nova norma, presidida pelo deputado Alberto Fraga (PFL-DF). De 1º até 20 de outubro, as duas frentes terão direito a propaganda gratuita no rádio e na televisão. De acordo com resolução do TSE, cada uma pode usar 10 minutos diários no rádio e outros 10 minutos na TV, nos seguintes horários: das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10 (no rádio); das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40 (na televisão).

segunda-feira, agosto 01, 2005

Ser Não é Ter... Dinheiro

Se você é desse mundo, como eu também sou, já deve ter percebido que aqui somos levados a acreditar que o valor do Ser é calculado em função do dinheiro, dos bens, da aparência que cada um tem. O Consumismo apela para nós com a ilusão da satisfação, da valorização pessoal, da felicidade.

A tv, essa grande vitrine do capitalismo, tem um papel fundamental no processo de nos inculcar a crença no poder do dinheiro, e não poderia ser diferente, considerando que o consumo é base do sistema. A mansão, o carro do ano, o celular da hora, o jeans da moda, o corpo perfeito (a que preço!), as festas, os mimos... e sem prestar muita atenção acabamos quase todos convencidos de que é comprando (e muitas vezes nos endividando) que nos tornamos alguém de valor.

Mas, a despeito de tudo o que lutamos para ter, ou de todo o empenho para parecer que temos, as coisas que adquirimos são incapazes de nos dar satisfação, muito pelo contrário, sempre queremos mais, mesmo quando não precisamos.

O consumismo e a moda também são incapazes de nos acrecentar o sentimento de valor por nós mesmos. Ninguém se engane, ninguém é o que tem, agente é o que sente que é. Que idéia você faz de si mesmo? Que valor você acredita que tem?

Se você sente que não é lá grande coisa, acredite que Deus é pessoa que ama, entende e valoriza você. Decida-se a aprender mais sobre Ele. Afaste a ansiedade e deixe-se preencher pelo amor, pela paz e pela satisfação que só Ele pode dar.

O que vale à pena ter:

· Ter esperança em Deus.
· Ter paz, sossego, tranqüilidade pra viver a vida seja boa ou má aos nossos olhos.
· Ter família e participar dela, respeitando a individualidade de cada um.
· Ter amigos que se importam conosco, sem se importar se temos dinheiro ou não.
· Ter sensibilidade para olhar mais o outro.
· Ter ânimo para buscar fazer o que se quer fazer na vida.

quarta-feira, junho 22, 2005

Precisamos rejuvenescer

Você não sente nem vê,
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo,

Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem novo
Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer.
...
...

No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais

Trechos de VELHA ROUPA COLORIDA de Belchior, sucesso nos anos 70.

terça-feira, junho 07, 2005

A Graça Inclusiva


Lendo os Evangelhos observamos que Jesus é uma figura fantástica! Ele tinha espírito humilde e simples, sim, mas também se expressava de maneira crítica e oferecia liberdade. Não estava nem aí para os ricos, os soberbos, os religiosos hipócritas, os arrogantes,... não estava nem aí para os poderosos. Foi amigo dos pobres, dos fracos, dos oprimidos, dos pecadores, dos imperfeitos, ao mesmo tempo em que viveu e pregou um padrão ético que ninguém pode atingir. Nos transmitiu o elevado ideal de Deus, muito, muito superior a nossa triste realidade, a realidade da imperfeição.

Muitos de nós já experimentamos uma grande frustração por tentar deseperadamente seguir esses ideais. Mas não precisamos nos sentir indignos porque não podemos alcançar a perfeição. Jesus nos desafia a avançar na direção desses ideais, mas não nos julga, nem nos condena por não alcançá-los, em vez disso Ele nos oferece graça. Jesus perdoa ladrões, adúlteros, mentirosos, oferecendo sua graça a todos os que se reconhecem necessitados, os que não conseguem realizar nada por si mesmos.

A caminhada rumo aos padrões de Deus não signigfica o reinado do legalismo. Jesus não afasta os imperfeitos.

"Jesus transferiu a ênfase da santidade de Deus (excludente) para a misericórdia de Deus (inclusiva)." (Yancey, 2000, p.167).

Sejamos todos confortados pela realidade da graça, e sejamos inspirados pelos Evangelhos a agir como Jesus conosco mesmos e com os outros.

quinta-feira, maio 26, 2005

Internet e desigualdade


É... a Internet mudou mesmo a nossa vida. Eu tenho e-mail, você também, nossos amigos todos têm. Temos Blog, Orkut, Skype... Todo mundo está conectado.

Todo mundo, mesmo?

Vivemos num tempo marcado pelo avanço da tecnologia. Nos encantamos pelas vantagens e comodidades que os bens tecnológicos nos apresentam, especificamente no que diz respeito às tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). O acesso à internet revolucionou as atividades relacionadas a pesquisa e comunicação, impondo profundas transformações com influência na nossa própria cultura. Se não, vejamos: quando temos uma doença pesquisamos tudo na Internet: os sintomas, diagnóstico, tratamentos, etc. Se vamos viajar, podemos conhecer nosso destino graças à Internet. Nossas pesquisas escolares ficam mais fáceis e mais ricas com a ajuda da Internet. Tudo a um clique. Quando encontramos nossos amigos trocamos e-mail. E podemos conversar com aqueles que estão morando longe a qualquer hora. No entanto, esta é a nossa realidade, não é a realidade de todo brasileiro.

Neste tema, como em muitos outros no Brasil, é imprescindível considerar a questão crucial do acesso. Em nossa sociedade, onde a desigualdade de renda define a desigualdade de oportunidades, o acesso à Internet está ao alcance de poucos.

Para estar conectado à internet é necessário investir na compra de um computador, na assinatura de um provedor de acesso e ter uma linha telefônica, além dos gastos com manutenção e suprimentos.

Segundo dados do IBGE, em 2003, apenas 15,3% das moradias brasileiras possuíam microcomputador e em 11,4% este equipamento tinha acesso à internet (Fonte: PNAD/IBGE 2003).

No Mapa da Exclusão Digital (FGV/CDI) lançado em 2003, Manaus ocupava a 389a posição no ranking dos municípios, com uma taxa de inclusão de 9,78%. Mesmo se tratando de uma população que mora no entorno de um vibrante parque industrial.

A exclusão digital é a face mais moderna da exclusão social, e tende a aumentar a distância entre pobres e ricos, na medida em que, privados do conhecimento das novas bases estruturais do trabalho, milhões de brasileiros, representantes das camadas mais pobres da população, são mantidos à margem das competências exigidas pelo moderno mundo do trabalho.


Para fazer frente a esta realidade, as ações de inclusão devem partir de políticas públicas não apenas compensatórias, como estamos habituados a ver, mas estruturais, sem abrir mão da participação da sociedade civil organizada.

A inclusão digital também combate a miséria e promove a cidadania.

quinta-feira, maio 19, 2005

O amor é assim...

...
Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo,
O meu melhor amigo é o meu
AMOR.
...

Fonte de água viva é o Senhor!

A questão da estética do corpo e da alma

Estamos muito ocupados com a questão da beleza, a beleza do corpo, do exterior. Porém, tanta moda, tanta ginástica e tanta cirugia plástica não escondem uma vida vazia de sentido, uma alma que não sabe amar. Tanta maquiagem... e o homem vira um borrão daquilo que poderia ser. Enfeitamos o corpo para esconder a feiura da alma.
Lá dentro solidão, inquietude, consumismo, corrupção, violência, desespero. O homem não descansa da busca pelo sentido da vida enquanto não descansa em Deus.

quarta-feira, maio 18, 2005

Dias Melhores

Rogério Flausino

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais,
Dias que não deixaremos para trás.
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor, melhores na dor,
Melhores em tudo.
Vivemos esperando
O dia em que seremos para sempre.
Vivemos esperando
Dias melhores para sempre,
Dias melhores para sempre.

Doce Nome

Gláucia Carvalho

Só de ouvir tua voz,
de sentir teu amor,
só de pronunciar o teu nome,
os meus medos se vão,
minha dor, meu sofrer,
pois de paz tu inundas meu ser.

Jesus, que doce nome
que transforma em alegria o meu triste coração.
Jesus, só o teu nome

é capaz de dar ao homem salvação.

- Linda, linda essa música.

quinta-feira, maio 12, 2005

A campanha do Guaraná


Vocês já viram a nova campanha do Guaraná Regente? Aqueles banners espalhados no mobiliário urbano? Ah, você não viu? Vai ver você nem viu que era do Regente, mas deve ter visto um par de peitos enormes num decote profundo, hein? Ah... viu? Você para num sinal, olha pro lado e lá estão aqueles peitos enormes, num decote generoso. O rosto da garota vc quase nem vê, está fora de foco. O Guaraná, então... tá lá embaixo. O texto foi escrito de um jeito bem embaralhado, só passando perto pra ver. Mas os peitos estão lá. E esses você vê de longe. Seguindo a linha publicitária adota por muitas marcas de cerveja do país, o nosso guaraná resolveu exibir curvas femininas em pouca roupa, num apelo nitidamente sexual. Eu pergunto: qual será o objetivo da campanha?

Isso é uma falta de respeito enorme pela figura da mulher brasileira. Quando será que a Indústria de bebidas vai parar de mostrar a boazuda para respeitar a profissional? Contra todas as adversidades, e a falta de políticas consistentes, a mulher brasileira tem ocupado competentemente seu espaço: nas salas de aula, nos cargos de liderança das empresas, na atividade parlamentar, nos Tribunais, nas artes, nas letras, e em vários outros campos. Muitas personalidades femininas despontam no país, e porque não dizer no Amazonas? Chega desse atraso intelectual! Estamos saturados! Respeito é bom e nós exigimos!

quarta-feira, maio 11, 2005

Caos Legislativo

Ô país pra gostar de leis!
Todo santo dia criam-se tantas, revogam-se tantas outras, modificam-se outras tantas... e o que você estudou semana passada já mudou. O livro que você comprou, esqueça! Compre outro. Reformas e mais reformas. Nesse país tudo precisa estar escrito numa lei, que não precisa ser necessariamente cumprida.O Brasil das leis não é o Brasil da justiça.

terça-feira, maio 10, 2005

Retratos de Uma Guerra

Por causa dos relatos que ouvi no Proclamai, resolvi comprar uns mapas pra localizar direitinho os países onde os missionários estão atuando. Na verdade, eu gosto de mapas, e aqui em casa não tinha nenhum. Fui até a livraria, peguei um Mapa Mundi, um do Brasil e outro do Amazonas (temos um casal de amigos morando em São Gabriel e eu nem sabia direito onde ficava). Só deixei a Planta de Manaus porque na hora não consegui imaginar uma utilidade. Passando pela mesa dos lançamentos, dei de cara com um livro sobre o conflito entre Israelenses e Palestinos. Exatamente o que eu queria pra conhecer mais a fundo essa história.

Muito bom. O livro, escrito pelo jornalista brasileiro de origem judaica Ariel Finguerman, chama-se Retratos de uma Guerra: Histórias do conflito entre israelenses e palestinos, e reúne matérias publicadas em grandes jornais durante o período em que ele esteve fazendo a cobertura do conflito de 2000 a 2004. O texto é escrito numa linguagem muito clara e objetiva, o que torna a leitura muito rápida e agradável. Tentando manter-se afastado de qualquer manifestação política-ideológica, o autor nos apresenta a personagens reais de ambos os lados do conflito: líderes religiosos e políticos, militares, voluntários, para-médicos, missionários, mulheres, crianças, cidadãos comuns. Vozes que permitem ao leitor conhecer a experiência cotidiana de cada um, alcançando um vislumbre da complexidade e das sutilezas presentes nesta guerra que tem marcado a história destes povos.

Se você tem curiosidade sobre o tema, eu recomendo.


FINGUERMAN, Ariel. Retratos de uma guerra: histórias do conflito entre israelenses e palestinos. São Paulo: Globo, 2005.

segunda-feira, maio 09, 2005

Tic, Tac, Tic, Tac, Tic, Tac...

A corrida maluca

É impressionante como a vida se torna mais corrida à medida que os anos passam. Você vai ficando enredado pelos compromissos e responsabilidades, e não consegue encontrar tempo para rever os amigos. É muito frustrante. Você planeja, mas os dias passam numa sucessão de coisas a fazer e você não conegue tempo para sentar e conversar com amigos queridos que você não vê há meses. Claro que você precisa eleger suas prioridades, a vida é feita de escolhas, e você vai ter que optar.

Você precisa trabalhar, ler, estudar, fazer cursos, cuidar dos filhos, do marido, fazer compras, pagar contas, cuidar da casa, ir à igreja, trabalhar na Igreja, fazer atividade física, cuidar do carro, atender sua mãe, sua avó, etc, etc, etc. Enfim, você tem que batalhar, se quiser se firmar e garantir uma vida relativamente segura. Você entra numa corrida maluca.

Parece que o universo conspira contra você, uma vez que manter amizades é uma de suas necessidades. Amar a Deus e ao próximo são necessidades, que exigem tempo. Tempo para relacionar-se com Deus e tempo para relacionar-se com os amigos.

Sofre quem não é daqueles que acreditam que ninguém é amigo de ninguém. Sofre quem não acredita em auto-suficiência. Na verdade, os relacionamentos saudáveis são muito importantes para a nossa saúde mental e espiritual.

"Deus nos criou para que ansiássemos por amor, porque o amor é o nosso combustível. E Deus usa pessoas para nos confortar (II Cor 1.4). Se não tivermos relacionamentos construtivos para nos sustentar constantemente, poderemos acabar com problemas espirituais e emocionais.(...) às vezes não percebemos que o problema é a falta de relacionamentos construtivos. (Cloud, 2003, p.100)

Compartilhar faz bem à alma. Não permita-se estar isolado. Cuide de seus relacionamentos, lute para manter vivas suas amizades.


CLOUD, Henry e TOWNSEND, John. Relacionamentos Saudáveis. Trad: Denise Avalone, São Paulo: Editora Vida, 2003.

sábado, maio 07, 2005

Proclamai Regional Norte
Manaus, 20 a 23/04/2005

O Congresso Proclamai Região Norte Promovido pela Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira Norte foi realizado de 20 a 23 de abril, em Manaus, na Igreja Tabernáculo Batista. Foram momentos de muito aprendizado. Ouvimos vários relatos de missionários acerca da experiência que têm vivido trabalhando em outros países, falando da Salvação através de Jesus Cristo e ensinando a Bíblia.
Não vale a pena perder tempo contando tudo o que aconteceu, você não vai conseguir imaginar o quanto foi bom. Mas quero expor as minhas conclusões a respeito.
Primeiro é importante dizer que o Congresso Proclamai é uma estratégia de sucesso, que cumpre com um importante papel de aproximar da JMM (Junta de Missões Mundiais) das Igrejas, permitindo-nos conhecer melhor a estrutura e o trabalho desenvolvido pela Junta de Missões Mundiais da CBB. Isso é particularmente relevante para nós da Região Norte, distantes geograficamente dos grandes centros, acostumados ao isolacionismo.
Estar perto desses missionários durantes esses dias e ouvir o que eles têm feito entre aqueles povos, faz crescer em nossos corações a vontade de participarmos com eles, sustentando a obra missionária no exterior, com dinheiro e com orações.

Seus relatos nos fazem reconhecer bênçãos não percebidas, como a da liberdade para adquirir, ler, estudar e compartilhar a Bíblia e a liberdade para reunidos, cultuarmos ao Deus Eterno.
Guerra, perseguição, fome, isolamento, os missionários fazem o que fazem por amor a Deus. E nós? O quanto amamos? Como demonstramos esse amor?
Do ponto de vista cultural também foi muito interessante. Fomos lembrados de que o mundo não é o ocidente capitalista, como nossa TV nos leva a crer. São muitas culturas, muitas línguas, muitas nações, diferentes de nós. Lançar um olhar sobre a história e a cultura de outros povos no norte da África, no Oriente Médio e no deserto do Chile foi uma experiência bastante enriquecedora.
Em todos os momentos fomos levados a refletir sobre o tempo e a qualidade das atividades que tomam o nosso tempo, tomando como parâmetro o grau de repercussão que elas têm na vida de outras pessoas.
Os momentos de louvor, dirigidos pelo Pr. Marcílio (PIB de Curitiba), nos proporcionaram uma adoração espontânea, alegre e vibrante. Destaque-se a brasilidade dos ritmos e das melodias tão difícil de se ouvir numa cultura cristã ainda muito marcada pelo estilo americano conservador dos fundadores da Igreja.


sexta-feira, maio 06, 2005

Se você vai casar, pense nisso.


1. Não tenha medo de casar, dá trabalho, mas muitos amigos e parentes vão ajudar vocês.

2. Você vai realizar um sonho, mas não seja perfeccionista. Nem tudo pode ser exatamente como você quer.
3. Tenha senso de humor. Divirta-se em todos os momentos.

4. A Festa não é mais importante do que o bem-estar de vocês dois e do que a lua-de-mel. Se tiverem que optar, gastem com a lua-de-mel e divirtam-se.
5. Não gastem mais do que podem. Não se endividem por causa da festa. Há outras coisas pra pensar: a casa, o enxoval, a lua-de-mel, etc.
6. Não percam tempo com uma banda amadora. Ou contratem profissionais, ou contratem um DJ. Se ninguém for dançar, talvez você possa encarregar o cerimonial da música ambiente.
7. Economizem em outro item, mas não deixem de contratar um cerimonial. Isso vai poupar muito tempo e aliviar bastante a preocupação e o stress. Você não vai precisar comandar a festa. Apenas fique certa de que o cerimonial SABE exatamente o que você quer e do que você não gosta.
8. Alugue um vestido, é mais prático e mais barato. Você pode escolher um lindo vestido, uma bela tiara, luvas, sapato, o que você quiser, e não vai precisar pagar uma fortuna pra depois ficar com ele no armário, tomando espaço.
9. Contrate um Buffet experiente, mas não pague pelo cardápio mais caro. O essencial muito bem feito e com um pouco de criatividade é perfeito.
10. Faça testes para cabelo (com véu) e maquiagem. Isso vai evitar alguma surpresa em cima da hora.
11. A decoração deve ter flores. Se você optar por flores naturais, contrate uma floricultura profissional, com vasto portfólio. O barato pode sair caro. Flores murchas e sem vida, arranjos que mais parecem arbustos, podem surpreender você no dia da festa.
12. Se você optar por flores artificiais, escolhas as pequenas e de tecido. Use bastante folhagem artificial. Esqueça o tule e as colunas que acendem.
13. Para as lembranças: os tradicionais bem-casados, lindos e deliciosos.
14. Quando contratar a empresa que vai fazer as fotos, exija dois fotógrafos, e exija que fiquem até o fim da festa.
15. Discutam as fotos em detalhes. Você pensa que sim, mas em Manaus muitos fotógrafos não sabem o que fazer.
16. Façam muitas fotos juntos.
17. Logo após a cerimônia, visite todas as mesas.
18. Se possível, case no fim de semana. Você vai poder contar com mais amigos presentes.


quinta-feira, maio 05, 2005

De tudo um pouco



Há uns dois meses atrás criei um Blog. Tentei alimentá-lo freqüentemente, mas acabei por desistir. Não gosto de expor minha vida, não acho graça em tirar tantas fotos, não sei escrever engraçadinho e não tenho tempo pra isso. Deletei.
Ontem, essa idéia me veio novamente à cabeça. Gosto de ler (desde que não seja por obrigação) e gosto de escrever. Resolvi criar um outro Blog apenas para colocar um pouco das minhas elucubrações. Não espere teses, apenas alguns comentários acerca das coisas que me acontecem e que geram alguma reflexão. Na verdade, você vai encontrar DE TUDO UM POUCO.