quarta-feira, outubro 19, 2005

Referendo (Parte II)


O primeiro referendo da história do país representa um avanço na democracia brasileira, na medida em que a população se pronunciará diretamente sobre o tema em questão. Esse momento de expressão e afirmação da vontade popular é importante no processo de ampliação da democracia direta, com mais participação do povo, que hoje se encontra no papel de coadjuvante num cenário político dominado por seus representantes, os quais por sua vez, distanciados do povo, esmeram-se na defesa de interesses próprios, alheios à vontade popular.

O referendo tem sua importância, sim, mas não para a causa da redução da violência no país. No Brasil, a violência urbana é um fenômeno com raízes históricas na dramática desigualdade social alimentada pela péssima distribuição de renda, somada à corrupção, e à precariedade na Educação, juntos, esses elementos têem se mostrado mais do que suficientes para formar o caldo de cultura ideal para a proliferação do crime e da barbárie.

Assistindo às campanhas desenvolvidas pelas frentes parlamentares do SIM e do NÃO, observamos facilmente a repetição dos mesmos erros cometidos nas campanhas eleitorais. Muito marketing, muito efeito, muita intriga e pouco argumento, pouca informação. Os artifícios empregados pelo “pessoal do não” e pelo “pessoal do sim” desviam a atenção de um debate sério e esclarecedor a cerca dos prós e contras da proibição ou não do comércio de armas e munição e seus reflexos no cotidiano da população.

Naturalmente que o bom senso nos leva à opção pelo sim, pela proibição ao comércio de armas e munição no Brasil, mais benéfica, pela possibilidade de poupar algumas vidas.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Estatuto do Desarmamento. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/seguranca/desarmamento.htm> Acesso: 12 de outubro de 2005.

ATHAYDE, Phydia de. Bem longe do alvo. Carta Capital. Ano XII, n°364, p.26-30, 2005.

LOBO, Flávio. Mais povo na política. Carta Capital. Carta Capital. Ano XII, n°364, p.31-32, 2005.

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